O "Café Central" foi aberto pelo Ti Zé Rito e, depois da sua morte, ainda foi mantido pela Ti Amélia do Rito. O banco de pedra, cá fora, para descanso do pessoal, ainda se mantém.
Quem estará ali? Anos 50? Chapéu obrigatório para os homens, xaile para as mulheres, que não lhes ficava bem entrar no café, mas podiam ficar no banco a conversar.
o apelido Rito - a origem deste nome tem que ver com ‘cristãos novos’… ‘conversão’ de judeus
ResponderEliminarÉ tradicional ligar os apelidos de árvore aos judeus
que, à data da expulsão, foram obrigados a converter-
se ao cristianismo e, no batismo cristão, adotaram
nomes de árvores em substituição dos nomes judeus
que até então tinham. Carvalho, Oliveira, Pereira, são
apelidos habituais no Soito.
No entanto, há outros nomes e apelidos que também
terão a sua origem nesta fase da história dos portugueses.
Um deles é o “RITO”, que, segundo opiniões
avalizadas, estará ligado ao rito religioso que os judeus
praticavam.
Com o nome “Rito” seria então a pessoa que
ResponderEliminarpresidia ou organizava o rito, ou então o guardador / vigia
do rito, que ficava à porta da casa onde se faziam as
celebrações, para dar sinal aos participantes de algum
perigo que se aproximasse.
Se se confirma que o nome “RITO” tem esta origem judaica,
o Soito seria uma população onde predominava o
judaísmo. De facto, o apelido mais frequente na população
do Soito é o “Rito”.
Existe documentação que confirma que em determinada
época da inquisição foi pedido às autoridades da região
que, para efeitos de testemunhar em processo inquisitorial,
informassem quantas famílias havia no Soito que
não fossem judias e só foram indicadas duas.
No repovoamento desta zona, séc. XI, XII e XIII, os judeus
ResponderEliminarforam protegidos ou pelo menos não hostilizados
pelo reino de Leão e fizeram parte dinâmica da ocupação
e desenvolvimento destas terras. Com a
perseguição do séc. XV que culminou com
a expulsão dos judeus de Espanha em
1492, pelos Reis Católicos, muitos vieram
abrigar-se em Portugal. Sabemos que dos
cerca de 400 mil judeus expulsos de Espanha,
cerca de 100 mil vieram para Portugal
e 35 mil atravessaram a fronteira
nesta zona. Não é pois de admirar que a
comunidade judaica do Soito tivesse acolhido
vários irmãos vindos de Espanha. Só
que, 4 anos depois, em 1496, o rei de
Portugal, D. Manuel, foi obrigado pela
rainha espanhola Isabel, a católica, como
condição para o casamento com a sua filha,
a decretar a expulsão dos judeus de
Portugal.
D. Manuel garantiu aos que se convertessem
ao cristianismo a permanência no
reino. Os conversos deveriam gravar uma
cruz na soleira da porta, como prova da
sua conversão. D. Manuel não permitiu
que os convertidos fossem molestados
mas os seus sucessores deixaram que o
tribunal da Inquisição os perseguisse e investigasse
as suas práticas rituais. Aparece
então o “Rito”, o vigilante ou o celebrante do ritual judeu,
praticado às escondidas pelos que supostamente se
tinham “convertido” ao cristianismo.
Estas considerações são essenciais para compreender
alguns sinais existentes nas casas do Soito, que evidenciam
a presença judaica.
Na recente reconstrução da casa dos seus avós que fez
a D. Amália Rito, ficaram evidentes esses sinais. Na soleira
da porta está a cruz. É verdade que só esse facto
não quer dizer que a casa fosse de um judeu convertido,
pois a cruz é um sinal cristão que, por princípio, qualquer
cristão piedoso pode pôr nas suas propriedades.
Os
ResponderEliminarfrades franciscanos, a partir do séc. XIII, promoviam essa
forma de manifestação religiosa.
Mas na soleira da porta da casa da D. Amália há outro sinal
que poderá ser próprio de casa de judeu. É um buraco
escavado na pedra da soleira que poderia ter sido uma
“MEZUZAH”, sítio destinado a guardar a “SHEMA’ISRAEL”
(Ouve Israel), papel com dizeres que lembram ao judeu
a sua fé. Os dizeres mais normais desse papel ã.o: “Ouve
Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é um” ou “Deus
de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob”
Na casa da D. Amália há ainda uma pedra que ficou visível
ResponderEliminarcom a retirada do reboco e que tem desenhada a parte
inferior duma cruz. Esta pedra está incorporada na
parte da atual varanda e ressalta desde logo que é parte
de outra pedra que teria o resto da cruz. A pedra completa
poderia ser a toça, ou pedra superior
de uma porta. Pelas suas características
construtivas, ressalta a um observador
minimamente conhecedor da técnica
de construção de casas, que a parte da
atual varanda da casa da D. Amália é um
acrescendo, feito em época posterior à
construção do resto da casa. O acrescento
era um “parame” (alpendre), indispensável
para ter lenha e giestas secas
perto da cozinha.
Conclusão lógica será que esta parte de
pedra incorporada no “parame” foi, por
certo, retirada de outra construção de casa
antiga, necessariamente de outra casa
da mesma família, talvez em época em
que a questão dos sinais judaicos já não
faziam sentido.
Coincidência ou não, a avó da D. Amália,
proprietária da casa, falecida nos anos
cinquenta do século passado, chamava-se
Ana Manso Rito. Aqui fica uma recordação
e homenagem a uma mulher que
poderia ter sido descendente de judeus e
que tinha virtudes que levaram os
cristãos que a conheceram a afirmar que
se ela não foi para o céu, então nenhum
dos cumpridores dos mandamentos
cristãos, será merecedor de ir para lá.
Artigo que foi publicado no jornal
de Soito pelo Dr. Rito Pereira.
Colaboração de Saghi Koshet
Eu li a pouco tempos, que o apelido Rito "começou" no século XVIII,
ResponderEliminaruma mae que chamava-se Rita Nunes, e assim passou a ser alcunha dos filhos....Manuel da RItta.... e esse tal Manuel que era filho de Manuel Manso Vas, faleceu e no assento de obito, vinha escrito Manoel Manso Rito. Asim o alcunha passou a ser apelido.
Entao eu acho que dizer que Rito vem de aquele que presidia o rito, està correcto, pode ser,
màs nao para o apelido Rito aqui no Soito, como prova os asentos.
um disparate pegado... se alguém isso é um perfeito disparate
Eliminarabsurdo è dizer que o apelido Rito vem de um antepassado da D.Amelia do Rito, por ter presidido um tal rito judeo.
EliminarSem prova, porque encontrar umas cruzes desenhadas em umas pedras, no prova nada que ali houve qualquer judeo, e entao pior dizer que foi nessa casa que se presidia esse rito, se o houve no Soito !
E os judeos que escondiam a sua verdadeira fé, acho com certeza que nao eram malucos,
e ir se juntar para rezar a religiao deles, no centro do povo catolico, onde se situa essa casa na Praça !
Tem razao o Cedric. O Ticarlos do Soito demonstrou no seu blog que o Rito do Soito tem origem no nome de uma Mae, chamada Rita.
ResponderEliminaraqui vai os antepassados de Ana Manso Rito, como o Ti Carlos nos deu a conhecer...
ResponderEliminarAna Manso Rito,
filha de José Manso Rito e de Maria Nunes Ambrosio,
neta do lado paterno de Manoel Manso Rito e Isabel Luis,
bisneta do lado paterno de Manoel Manso Vas e Rita Nunes,
trisneta do lado paterno de de Manoel Manso Vas e Catherina Gonçalves,e do lado materno de Domingos Nunes e Maria Martins. ( nao se vê nenhum Rito nesses seu trisavos ).
Tamben vem là, que a Rita foi batizada no dia 17 de agosto de 1749, feito pelo padre Manoel Vas, "seu familiar ".
Entao amigo anonimo, esquece esse Presidente judeo que presidia esse povo do Soito, no café do ti zè pina.
E fica aqui que tamben jà ouvi que essa casa foi vendida ao ti zè pina onde ele fez o café.
Entao aqui tamben podemos ver que os antepassados da ti Ana Manso Rito , nao tem relacao nenhuma com essa casa. ( perdao pelos erros nao estudei em escola portuguesa ) ;) ;) ;)
O artigo sobre a origem do nome Rito, que foi agora colocado em forma de comentarios foi escrito com base em pressupostos teoricos que se manteem, mas esta teoria, aplicada aos Ritos do Soito, depois da investgacao do Ticarlos, nao faz qualquer sentido. A casa referida no artigo eh da Amalia Rito e Joao Nobre, ao Fundo Lugar. Conclusao definitiva: o nome "Rito", no Soito, nada tem que ver com judeus ou qualquer rito religioso. Pode ser que noutras terras a origem do nome seja a do artigo. Mas eh tudo teoria, que a realidade pode contrariar
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