Encontramos esta pedra numa porta de uma casa do Vale.
O nosso técnico diz-nos que se trata de parte de uma pedra maior. Vê-se que a pedra está partida. Pertenceria a outra casa e foi aproveitada para esta porta.
Pelo desenho das letras, a inscrição não é anterior ao século XVII.
Estão poucos visíveis, mas consegue distinguir-se na parte de baixo "qUEM NESTA CAS"
Sabe-se lá que mistérios ou que desgraças envolverá!...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
VALE
O Vale, como resulta do nome, é um sítio baixo relativamente às Eiras e à Macieira que o circundam.
No Vale está a única capela do Soito dedicada a Deus. Todas as outras são dedicadas a santos.
Penso que isso diz alguma coisa das pessoas que habitaram desde o início aquele bairro. Pessoas mais estudiosas da religião cristã, contrapostas ao resto da povoação mais ligada ao judaismo. À primeira vista não vejo que ali tivesse morado algum "Rito" (nome ligado ao judaismo).
É interessante verificar que o Vale é o bairro do Soito que conserva mais construções de arquitectura tradicional de granito. E sem dúvida que é o bairro do Soito onde as construções ali conservadas são mais imponentes, sinal de que os seus habitantes eram pessoas de posses.
No Vale está a única capela do Soito dedicada a Deus. Todas as outras são dedicadas a santos.
Penso que isso diz alguma coisa das pessoas que habitaram desde o início aquele bairro. Pessoas mais estudiosas da religião cristã, contrapostas ao resto da povoação mais ligada ao judaismo. À primeira vista não vejo que ali tivesse morado algum "Rito" (nome ligado ao judaismo).
É interessante verificar que o Vale é o bairro do Soito que conserva mais construções de arquitectura tradicional de granito. E sem dúvida que é o bairro do Soito onde as construções ali conservadas são mais imponentes, sinal de que os seus habitantes eram pessoas de posses.
sábado, 27 de novembro de 2010
JOÃO NABAIS
O Colégio do Soito foi fundado pelo Dr. Diamantino, mas o João Nabais foi o seu principal dinamizador e foi ele que o segurou e desenvolveu durante as décadas em que foi seu director e professor.
Aqui o vemos ainda cheio de vida e sempre com o seu cigarro, que o havia de levar para a morte prematura.
Muitos o lembram também como um grande comandante dos bombeiros. Há quem diga que foi o melhor comandante que tiveram os bombeiros do Soito, onde pôs em prática os conhecimentos que trouxe da tropa, onde foi oficial de reconhecido mérito na guerra das colónias.
Aqui o vemos ainda cheio de vida e sempre com o seu cigarro, que o havia de levar para a morte prematura.
Muitos o lembram também como um grande comandante dos bombeiros. Há quem diga que foi o melhor comandante que tiveram os bombeiros do Soito, onde pôs em prática os conhecimentos que trouxe da tropa, onde foi oficial de reconhecido mérito na guerra das colónias.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
PADRE ANTÓNIO DOMINGOS
O Padre António Domingos é pároco do Soito desde 1991, data em que se reformou o seu tio, Padre João Domingos. Até então tinha sido pároco da Nave.
Aqui encontrámo-lo na capela de Santa Inês
Aqui encontrámo-lo na capela de Santa Inês
PADRE JOÃO DOMINGOS
O Padre João Domingos foi pároco do Soito de 5 de Junho de 1946 a 13 de Outubro de 1991, data em que passaou a pasta ao seu sobrinho Parde António Domingos, que até então tinha sido pároco da Nave.
O Padre João Domingos marcou a sociedade soitense na segunda parte do século XX.
Foi um padre cumpridor dos seus deveres e isso às vezes não agrada a todos. Deixou todas as capelas do Soito renovadas assim como a Igreja, na qual fez obras no valor de vários milhares de contos, substituindo toda a cobertura e o chão e colocando aquecimento e fazendo uma renovação completa da Igreja que nunca tinha tido obras desde a sua fundação no princípio do século XX. Também foi o Padre João Domingos que mandou fazer o salão paroquial. Quando estavam a colocar a cobertura do Salão, em madeira, para assentamento do telhado, o Padre João Domingos encontrava-se lá encima e houve uma queda de parte da estrutura que os carpinteiros estavam a colocar. Caiu o Padre João Domingos mas ficou apenas com alguns ferimentos. Sorte diferente teve o Ti Emidio, marido da Ti Benedita do Loto e pai do Zé Emídio, do Fausto, do Mário, da Odete e da Maria Augusta, que morreu da queda.
Também foi o Padre João Domingos que promoveu a construção da nova residência paroquial.
Aqui temos o Padre João Domingos a falar e a rezar. Quem o conheceu, gostará de lembrar o seu jeito.
O Padre João Domingos marcou a sociedade soitense na segunda parte do século XX.
Foi um padre cumpridor dos seus deveres e isso às vezes não agrada a todos. Deixou todas as capelas do Soito renovadas assim como a Igreja, na qual fez obras no valor de vários milhares de contos, substituindo toda a cobertura e o chão e colocando aquecimento e fazendo uma renovação completa da Igreja que nunca tinha tido obras desde a sua fundação no princípio do século XX. Também foi o Padre João Domingos que mandou fazer o salão paroquial. Quando estavam a colocar a cobertura do Salão, em madeira, para assentamento do telhado, o Padre João Domingos encontrava-se lá encima e houve uma queda de parte da estrutura que os carpinteiros estavam a colocar. Caiu o Padre João Domingos mas ficou apenas com alguns ferimentos. Sorte diferente teve o Ti Emidio, marido da Ti Benedita do Loto e pai do Zé Emídio, do Fausto, do Mário, da Odete e da Maria Augusta, que morreu da queda.
Também foi o Padre João Domingos que promoveu a construção da nova residência paroquial.
Aqui temos o Padre João Domingos a falar e a rezar. Quem o conheceu, gostará de lembrar o seu jeito.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
LAMEIRO DE SOITO
Quando acabaram as malhas, fez-se um ali um redondel em cimento armado, para as capeias.
Depois da construção da praça de touros, destruiu-se o redondel do Lameiro do Soito e fez-se ali um parque ajardinado. São também da época posterior às malhas as casas que se construiram em redor do "Lameiro".
O nome "Lameiro de Soito" estará ligado ao facto de ser um tereno com água. Penso que a fonte que actualmente desagua no pio junto ao cruzeiro, regaria em tempos todo o largo e daí o nome de "lameiro".
"De Soito" estará relacionado com a proximidade do que seria a maior mata de castanheiros da freguesia e que ía desde o "Lameiro de Soito" até "Trás Soito". Talvez tivesse sido esta mata de castanheiros existente entre o "Lameiro de Soito" e "Trás Soito" que deu origem ao nome da povoação.
Em 1987, o Lameiro de Soito tinha espaço para os carrinhos eléctricos.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
JOÃO CARVALHINHO
O João Carvalhinho foi uma das figuras marcantes do Soito nos últimos anos do século XX. Onde ele estivesse não havia tristezas. Amigo e dedicado ao amigo, a sua morte repentina e inesperada deixou muitos amigos dele desiludidos e alguns disseram que a partir da sua morte nunca mais apreciariam as festas do Soito. Aqui o temos a entrevistar o entrevistador, no café Loto, em 1987. As imagens mostram também o saudoso Fernando do Ti Zé Menina.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
MATANÇA
Estas fotos, tiradas no inverno de 1968/1969, ilustram como era feita a matança do porco.
O Ti Manuel da Amália, na rua em frente do tronco, espeta o facalhão, enquanto os outros seguram o animal em cima de um banco. A Ti Luisa do Modeste segura uma barranha com sal e mexe o sangue que vai caindo.
Depois de morto, deita-se o porco em cima duns troncos e chamusca-se com palha a arder, passando-lhe em seguida com a faca para o raspar. Terminada esta operação, deita-se em palha e limpa-se com água quente (não muito) e com uma pedra própria. Por fim, passa-se com uma faca bem afiada para limpar tudo bem e cortar todos os pêlos que, porventura prevaleçam. A última cerimónia é o transporte do porco para o palheiro. Ali abre-se a meio de alto a baixo encima dum banco e dependura-se.
Na foto de baixo, Ti João Panela segurando palha a arder, Ti João Rachado, com chapéu a tapar a cara mas com o cigarro visível, Ti João Pires, Jeremias Manula, Ti Manuel da Amália, Zé Nenho, Toninho do Ti Manuel da Amália e Miguel Balila, com boina.
A escada que se vê ao fundo, já não existe.
Saudades!
O Ti Manuel da Amália, na rua em frente do tronco, espeta o facalhão, enquanto os outros seguram o animal em cima de um banco. A Ti Luisa do Modeste segura uma barranha com sal e mexe o sangue que vai caindo.
Vale a pena clicar nas fotos para ampliar
Na foto de baixo, Ti João Panela segurando palha a arder, Ti João Rachado, com chapéu a tapar a cara mas com o cigarro visível, Ti João Pires, Jeremias Manula, Ti Manuel da Amália, Zé Nenho, Toninho do Ti Manuel da Amália e Miguel Balila, com boina.
A escada que se vê ao fundo, já não existe.
Saudades!
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
MENIEGE
Penso que “Meniege” é uma corruptela da palavra “Menagem”.
No linguajar do Soito, as palavras terminadas em “gem” tem tendência a perder o “m”, como por exemplo,” beberage” e “ervage”. Também, neste linguajar, as palavras graves em que o “a” é a letra grave, têm tendência em transformar o “a” em “e”, como nas palavras “migreda”, “consueda”, “milhareda”. De “menege” a “meniege” vai um passo dado por uma regra de suavização da palavra por ter três “e” seguidos.
Se estiver certa esta teoria, os terrenos da “Meniege” deveriam estar ligados a qualquer regime de residência, movimentação ou propriedade dos homiziados que colonizaram o Soito.
O Soito estava abrangido pelo regime do couto de homiziados do Sabugal que vigorou pelo menos desde 1369 até 1790, data em que terminaram todos os coutos de homiziados em Portugal. Podemos ver uma notícia desenvolvida deste couto em http://www.csarmento.uminho.pt/docs/ndat/rg/RG103_14.pdf
Neste couto podiam livremente trabalhar os condenados pela justiça, desde que os seus crimes não fossem traição, heresia, homossexualidade, homicídio e furto público e desde que os seus crimes não tivessem sido cometidos nas terras abrangidas pelo couto.
Actualmente, a horta desapareceu e em toda a Meniege vêm-se algumas couves, mas a grande parte foi transformada em lameiro para pastagem dalgum animal doméstico.
No linguajar do Soito, as palavras terminadas em “gem” tem tendência a perder o “m”, como por exemplo,” beberage” e “ervage”. Também, neste linguajar, as palavras graves em que o “a” é a letra grave, têm tendência em transformar o “a” em “e”, como nas palavras “migreda”, “consueda”, “milhareda”. De “menege” a “meniege” vai um passo dado por uma regra de suavização da palavra por ter três “e” seguidos.
Esta é uma teoria como tantas outras que possam aparecer .
Se estiver certa esta teoria, os terrenos da “Meniege” deveriam estar ligados a qualquer regime de residência, movimentação ou propriedade dos homiziados que colonizaram o Soito.
O Soito estava abrangido pelo regime do couto de homiziados do Sabugal que vigorou pelo menos desde 1369 até 1790, data em que terminaram todos os coutos de homiziados em Portugal. Podemos ver uma notícia desenvolvida deste couto em http://www.csarmento.uminho.pt/docs/ndat/rg/RG103_14.pdf
Neste couto podiam livremente trabalhar os condenados pela justiça, desde que os seus crimes não fossem traição, heresia, homossexualidade, homicídio e furto público e desde que os seus crimes não tivessem sido cometidos nas terras abrangidas pelo couto.
O caso é que os terrenos da Meniege eram uma preciosidade, no tempo em que havia agricultura no Soito. De tal forma que estavam divididos em hortas que partiam da ribeira que atravessa todo o vale e não tinham mais do que dois/três metros de largo e com pouco mais de 60 metros de comprimento. Para lá desses 60 metros, começavam outras hortas, com as mesmas características. Não havia nenhum lavrador na freguesia que não tivesse ali a sua horta, com couves, cenouras, cebolo, batatas, alfaces, feijão verde para o consumo diário. As hortas eram regadas manualmente, tirando baldes de água directamente da ribeira. As que estavam mais afastadas da ribeira, poderiam fazer um poço, que tinha água a pouca profundidade.
Actualmente, a horta desapareceu e em toda a Meniege vêm-se algumas couves, mas a grande parte foi transformada em lameiro para pastagem dalgum animal doméstico.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
PRAÇA
A Praça, na tradição romana e cristã era o lugar mais importante da povoação. Nas cidades romanas, corresponde ao forum, onde se situa a casa de governo da freguesia, domus municipalis, casa do povo, junta de freguesia, conforme as denominações que foi tomando.
Ali se juntam as pessoas para discutir assuntos importantes da povoação.
Em Roma, para se aceder ao Forum havia três ruas ou vias. Nessas ruas passavam os senadores para irem para o Forum discutir os assuntos importantes da Cidade e do Império. Nessas três ruas, vendia-se todo o género de víveres que eram comprados pelos serviçais dos Senadores, concerteza muitas vezes sob a visão destes, enquanto iam e vinham do Forum.
Nessas três vias, falava-se de quê? do preço das couves, da falta de cereais, enfim do "triviale", ou seja dos assuntos próprios das "três vias".
A praça tem a casa do poder, onde os habitantes se deslocam para tratar de assuntos políticos, tem a taberna central, o pelourinho, o chafariz principal. Ali convergem os conversadores e opinadores. Dentro da praça ou a seu lado está a igreja, outro centro de encontro das pessoas da povoação.
Na praça ou seus arredores vivem também as pessoas mais importantes da povoação.
Ali se juntam as pessoas para discutir assuntos importantes da povoação.
Em Roma, para se aceder ao Forum havia três ruas ou vias. Nessas ruas passavam os senadores para irem para o Forum discutir os assuntos importantes da Cidade e do Império. Nessas três ruas, vendia-se todo o género de víveres que eram comprados pelos serviçais dos Senadores, concerteza muitas vezes sob a visão destes, enquanto iam e vinham do Forum.
Nessas três vias, falava-se de quê? do preço das couves, da falta de cereais, enfim do "triviale", ou seja dos assuntos próprios das "três vias".
A praça tem a casa do poder, onde os habitantes se deslocam para tratar de assuntos políticos, tem a taberna central, o pelourinho, o chafariz principal. Ali convergem os conversadores e opinadores. Dentro da praça ou a seu lado está a igreja, outro centro de encontro das pessoas da povoação.
Na praça ou seus arredores vivem também as pessoas mais importantes da povoação.
Ao fundo, casa (já desparecida) do Ti Manuel Joaquim Rito (Mudo)- alfaiate, no centro da Praça.
Casas (já desparecidas) avarandadas e com marsardas, no centro da Praça. Pertenciam à Srª Clara - a da esquerda e ao Ti Olívio (café e cerveja fresca em poço)- a da direita.
Casa do Ti Zè Pina Rito (Café Central), actualmente pertencente a um neta (Belmira). Em remodelação. Parabéns Belmira e Nelson! Felicidades!
Conservando o património.
No centro da Praça a Junta de freguesia. Ao fundo a Igreja.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
CHAFARIZES E FONTES
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
TI ZÉ CARVALHO
Em 1987, o Fernando Monteiro entrevista o avô do Fernando Loto, Ti Zé Carvalho, que fala na vida do seu tempo, do Ti Zé da Orca e do Ti Rendeiro que animavam as festas do Soito a tocar guitarra e concertina.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
ÚLTIMO BARBEIRO do SOITO
Em 1987 o Ti Zé Loto era o (único) barbeiro tradicional que exercia a profissão no Soito.
Depois da morte dele não veio outro.
Depois da morte dele não veio outro.
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