PASSOS

Os cristãos celebram a paixão de Jesus com a VIA-SACRA, feita dentro das igrejas e com 14 "estações" ou episódios e os PASSOS, percorridos fora das igrejas, pelas ruas da povoação, lembrando 7 episódios. Enquanto as 14 estações da VIA-SACRA estão definidas e são em todas  as igrejas iguais, os sete episódios dos PASSOS, não coincidem de povoação para povoação, que os celebram com capelas ou nichos espalhados nas ruas.

A procissão dos PASSOS percorre a povoação com o Senhor dos Passos e faz paragens nas sete estações para meditar sobre o episódio, terminando no Calvário.

Segundo diz o Ti Eugénio no seu livro "Baú da Memória... O Soito de antigamente", os nichos dos PASSOS e o Calvário do Soito foram mandados construir, no século XVIII, pela D. Leonor, que fundou também a Santa Casa da Misericórdia e a capela do Cemitério, onde está guardado o Senhor dos Passos e as imagens de Nossa Senhora e de S. João que vinham ao encontro do Senhor dos Passos durante a procissão.

O nicho do Cemitério tem a data de 1797, portanto podemos concluir que será essa a data da construção de todos eles.

Os nichos dos PASSOS, no Soito estão à guarda e conservação da Santa Casa da Misericórdia do Soito e ultimamente sofreram obras de conservação e restauro. Os episódios da Paixão estão agora todos em desenho de cor azul sobre azulejo. Os azulejos têm a marca da fábrica de azulejos "Aleluia" de Aveiro e da, associada desta, "Viúva Lamego", com datas desde 1992 até 2011.

 

A primeira estação situa-se no Fundo Lugar, junto ao chafariz

 

 

 

Representa o julgamento e condenação de Jesus por Pilatos, que lava as mãos.

 

 

A segunda estação está situada nas paredes do Cemitério

 

 

Representa o encontro de Jesus, no caminho para o Calvário, com a Verónica que lhe oferece um lenço para limpar a face. Resultou dessa limpeza da face, a impressão de uma imagem, ou ícon, e dai o nome de "vero ícon" ou seja verdadeira imagem. O "vero ícon" deu origem ao nome de Verónica.

O Terceiro Episódio ou estação está situado na capela de Santo Amaro.

 

Representa a ajuda de Simão de Cirene para o transporte da cruz, que os condenados eram obrigados a levar para o sítio da crucificação.

 

A Quarta Estação está situada à entrada das Eiras, em frente ao atual quartel dos Bombeiros   

 

anteriormente  (foto 2010) tinha gradeamento envidraçado

 

 

foto 2013

 

Representa o despimento de Jesus, anterior à crucificação, com os interessados na divisão da suas vestes.



foto 2013

A Quinta Estação está situada nos muros do lar da Santa Casa da Misericórdia, nas Eiras.

 

 

Anteriormente (foto de 2010) estava junto à cabine de eletricidade
e tinha gradeamento envidraçado.
Na mudança do nicho para o atual local, perdeu-se a cruz original
e a data de 1797 deixou de ser visível.

 

Representa a crucificação, com cravação dos pés e mãos na cruz.

azulejo atual - foto 2013

 

 

Azulejo anterior - foto de 2010

 

A sexta estação, nas Eiras também, esteve num local próximo donde está atualmente, ou seja, nas traseiras do quartel da GNR 

Anterior localização da 6ª est. - foto de 2010

 

Atual localização da 6ª estação -foto 2013

 

Representa a morte na Cruz.

azulejo atual - foto 2013

 

Figura azulejar anterior - foto 2010

 

A sétima estação está, nas Eiras, junto ao campo de futebol.  

 

Foto 2010

 

Foto 2013 - foi retirado o gradeamento envidraçado

 Representa Jesus morto no colo da sua Mãe, na presença de duas figuras que serão Maria Madalena e S. João. 

 

O Calvário está situado ao fundo das Eiras junto à estrada para Alfaiates e, no centro do seu interior, estão atualmente as três cruzes, uma maior ao centro e duas mais pequenas. Inicialmente a cruz maior estava junto a um dos quatro pilares da construção e as duas pequenas estavam fora da construção.  

atual - foto 2013

 

Foto do Ti Carlos do Soito em "Ticarlos.net." mostra a situação
original da cruz principal e de uma das cruzes fora da construção.

 

Foto do Ti Carlos em 2006

 

Numa das colunas foi colocada uma lápida com os seguintes dizeres: MARIA DOS ANJOS GONÇALVES MARTELO AQUI VINHA FAZER AS SUAS ORAÇÕES. Parece referir-se a uma devota soitense falecida nos princípios do século XX.