sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
JANTAR EM LISBOA
No dia 7 de Dezembro um grupo de soitenses residentes em
Lisboa juntaram-se num restaurante para o jantar de Natal.
Apesar de
ter sido combinado com pouca antecedência, conseguiu-se juntar 32 pessoas, para
o jantar, no restaurante churrasqueira do Campo Grande. E conseguiu-se o que se
pretendia. Falou-se da vida de cada um, do Soito e das nossas coisas, de
projetos e também de banalidades.As gémeas Rita e a Patrícia, filhas do Manuel Meirinho, fizeram 17 anos. Cantaram-se os parabéns e bebeu-se champanhe à sua saúde e felicidade.
Ficou assente que estes jantares se repetirão pelo menos todos os dias 7 de Dezembro, sendo o do próximo ano também no mesmo restaurante do Campo Grande. Possivelmente, na época de Verão, será feita uma sardinhada.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
FALANDO DE CRUZEIROS
Cruzeiro do Zé Pereira |
Verifico que se está a fazer confusão entre o cruzeiro do João dos Namoros, situado no cruzamento do caminho que ia para a quelhe dos atoleiros, no lado oposto ao monumento de N. S de Fátim, junto ao caminho que do Soito vai para S. Gregório e Vila Boa, com o cruzeiro erigido em memória de José Pereira que se situa no cruzamento da estrada que vai do Soito para o Ozendo, com o caminho que vai para as Teixogueiras / Prado, seguindo para a Murganheira.
Quanto ao primeiro, nada mais tenho a dizer do que o que consta da lenda por todos conhecida.A mim não me espanta nada que o João dos Namoros ali tenha sido devorado pelos lobos. Com efeito, até, pelo menos, aos anos vinte do século passado, a zona onde se situa o cruzeiro em causa, era altamente florestada por moitas e grandes soitos de castanheiros, que acoutavam muita caça e portanto lobos. Refería-me o meu Pai que ele ainda ajudou a cavar, naquela zona, nos anos 20/30 do século passado, algumas moitas de carvalhos para tornar as terras aptas a serem aproveitadas para cereais.
Não me espanta portanto, que, à data da morte do tal João dos Namoros, de certeza muito anterior ao século XX, ali existissem muitos lobos e o tivessem devorado.
Já meu avô, Ti Francisco Pernil, me dizia, há cerca de 60 anos, que alguns caminhos tinham cancelas à entrada da povoação, para impedir os lobos de entrar para não matarem os animais domésticos. A propósito da tais caminhos, o que vai das Eiras/Calvário para a Fonte da Cal, tinha uma pedras altas em granito com buracos, onde, segundo me dizia o meu avô, eram ali fixadas as tais cancelas.
É visivel o nome PEREIRA |
Pode verificar-se a data do óbito |
Os cruzeiros eram sempre colocados nos cruzamentos e daí este não ter sido posto no local onde o homem apareceu morto.
Se verificarmos bem, todos os cruzeiros do Soito estão implantados em entroncamentos ou cruzamentos de caminhos, com a finalidade de todos os passantes rezarem pelo falecido ou pelas almas do Purgatório. Nem todos os cruzeiros são erigidos em memória de um morto no local. Alguns são apenas evocativos da piedade popular, como por exemplo, o que se encontra no cruzamento do Espadanal com o caminho que vai do Melrizo para a Nave, e que ali foi erigido pelo ti Balé Coxo lembrando as almas do Purgatório.
Existem, que eu saiba, três cruzeiros em locais ou próximo de locais onde morreram pessoas: o do João dos Namoros, o do Zé Pereira e o da francesa. O desta situa-se na Marzoba, a caminho de Alfaiates, hoje estrada, e foi erigido ali por ter sido morta uma francesa que acompanhava o exército francês, o que motivou que, em retaliação, os franceses se tivessem vingado em moradores soitenses. Isto por volta de 1812.
Davide Antunes Vaz
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
TI PIEDADE CARDEPA
Isabel da Piedade Nunes de Marques (Ti Piedade Cardepa) nasceu em 11 de Setembro de 1891 e faleceu em 23 de Dezembro de 1982, portanto com a bonita idade de 91 anos. Foi uma mulher extraordinária, que muitos soitenses ainda hoje recordam com a sua permanente boa disposição.
Era filha do mais famoso construtor de santos que teve o concelho do Sabugal e que é referido várias vezes por Joaquim Manuel Correia no seu livro Memórias do Concelho do Sabugal. Chamava-se Manuel Gomes Marques, conhecido por Cardepe, nome por que é referido por Joaquim Manuel Correia e tem santos por todas as igrejas da raia sabugalense.
A Mãe da Ti Piedade chamava-se Maria Lourença Lograda.
Casou com o Ti Manuel João Robalo Santo (nascido em 6 de Maio de 1895 e falecido em 16 de Março de 1968), filho de Manuel Robalo Santo e de Isabel Maria da Fonseca.
Tiveram três filhos:
-Arminda Marques dos Santos, nascida a 15 de Janeiro de 1922 e falecida a 22 de Janeiro de 2008.
-Cecília dos Santos Marques, nascida em 25 de Abril de 1924, a residir atualmente em Caldas da Rainha e
-Manuel Marques dos Santos, nascido nos anos 20 do século pasado e falecido com 5 anos num acidente.
A Cecília casou com Manuel Joaquim Emídio Barbosa (nascido em 22 de Novembro de 1919 e falecido em 20 de Março de 1997), filho de António José Barbosa, latoeiro, conhecido como Ti António Piroco e de Maria da Glória Nunes Emídio.
Tiveram três filhos:
-Carlos Manuel Marques Barbosa, nascido em 25 de Julho de 1952 e falecido em 22 de Março de 2003;
-Maria Ilda Marques Barbosa da Silva, nascida a 05 de Fevereiro de 1954, a residir atualmente nas Caldas da Rainha;
-Alberto Marques Barbosa, nascido a 30 de Julho de 1955, a residir atualmente nas Caldas da Rainha
O Manuel Joaquim Barbosa, a quem já aqui nos referimos como pintor, tirou o curso completo do seminário na ordem dos Franciscanos e foi ordenado padre, mas posteriormente foi dispensado pelo Papa. Casou com a Cecília e em 1957 foi para Angola, para Mavoio - Maquela do Zombo, onde foi diretor e professor da escola da Empresa de Cobre de Angola (ECA). Em 1959, juntou-se a ele a família, esposa Cecília, cunhada Arminda e filhos Carlos, Ilda e Alberto.
Em Março de 1961, devido à guerra que tinha estoirado, voltou a família para Portugal, permanecendo o Manuel Joaquim em Angola até ao final daquele ano.
Em 1962 foi viver com a família para a Covilhã , onde trabalhou na CUF. Entre 1964 e 1968 moraram em Soure, onde o Manuel Joaquim trabalhou na CUF e nos finais de 1968 fixaram-se nas Caldas da Rainha.
O Manuel Joaquim era um homem com muita cultura, sabia latim, grego, francês e castelhano, além da filosofia e teologia.
Muitas pessoas no Soito se lembram dos teatros que ele ensaiou e levou à cena.
Sobre a pintura havemos de voltar a falar deste artista soitense.
As fotos e dados de família deste artigo foram dados pelo bisneto da Ti Piedade, Ricardo Silva
Era filha do mais famoso construtor de santos que teve o concelho do Sabugal e que é referido várias vezes por Joaquim Manuel Correia no seu livro Memórias do Concelho do Sabugal. Chamava-se Manuel Gomes Marques, conhecido por Cardepe, nome por que é referido por Joaquim Manuel Correia e tem santos por todas as igrejas da raia sabugalense.
A Mãe da Ti Piedade chamava-se Maria Lourença Lograda.
Casou com o Ti Manuel João Robalo Santo (nascido em 6 de Maio de 1895 e falecido em 16 de Março de 1968), filho de Manuel Robalo Santo e de Isabel Maria da Fonseca.
Tiveram três filhos:
-Arminda Marques dos Santos, nascida a 15 de Janeiro de 1922 e falecida a 22 de Janeiro de 2008.
-Cecília dos Santos Marques, nascida em 25 de Abril de 1924, a residir atualmente em Caldas da Rainha e
-Manuel Marques dos Santos, nascido nos anos 20 do século pasado e falecido com 5 anos num acidente.
A Cecília casou com Manuel Joaquim Emídio Barbosa (nascido em 22 de Novembro de 1919 e falecido em 20 de Março de 1997), filho de António José Barbosa, latoeiro, conhecido como Ti António Piroco e de Maria da Glória Nunes Emídio.
Tiveram três filhos:
-Carlos Manuel Marques Barbosa, nascido em 25 de Julho de 1952 e falecido em 22 de Março de 2003;
-Maria Ilda Marques Barbosa da Silva, nascida a 05 de Fevereiro de 1954, a residir atualmente nas Caldas da Rainha;
-Alberto Marques Barbosa, nascido a 30 de Julho de 1955, a residir atualmente nas Caldas da Rainha
A última casa onde morou a família da Ti Piedade e do Manuel Joaquim Barbosa foi esta.
A Ti Piedade passava os dias a fiar linho com a sua roca. Parece que ainda a vemos naquela escada com a sua roca a fiar e a querer ensinar a arte às raparigas que passavam.
1966 |
Família completa no Soito: Ti Manuel, Ti Piedade, Manuel Joaquim, Cecília, Arminda e miúdos: Ilda, Carlos e Beto |
O Beto está nesta foto a fazer de touro, nos anos 60... Nem ele já se lembra... |
Ti Manuel Santo |
Ti Piedade |
Ti Piedade: só lhe falta a roca em vez do cãozinho |
Ti Piedade, Ti Manuel e Arminda |
Arminda |
Cecília |
Manuel Joaquim Barbosa |
Em Março de 1961, devido à guerra que tinha estoirado, voltou a família para Portugal, permanecendo o Manuel Joaquim em Angola até ao final daquele ano.
Em 1962 foi viver com a família para a Covilhã , onde trabalhou na CUF. Entre 1964 e 1968 moraram em Soure, onde o Manuel Joaquim trabalhou na CUF e nos finais de 1968 fixaram-se nas Caldas da Rainha.
O Manuel Joaquim era um homem com muita cultura, sabia latim, grego, francês e castelhano, além da filosofia e teologia.
Muitas pessoas no Soito se lembram dos teatros que ele ensaiou e levou à cena.
Sobre a pintura havemos de voltar a falar deste artista soitense.
Alegre descanso |
pic-nic |
Em Angola |
Angola (1961): à defesa! |
Angola (1961): preparados para tudo... |
As fotos e dados de família deste artigo foram dados pelo bisneto da Ti Piedade, Ricardo Silva
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